quarta-feira, 10 de junho de 2009
Mercosul e Venezuela
Fazendo a liçao de casa diária (ler o que sai de notícias sobre Politica Internacional), me deparo com a seguinte noticia: "Comissão adia discussão sobre a Venezuela".
É a velha conversa se o Senado deve ou não aprovar a entrada da Venezuela no Mercosul. As visões antagônicas podem ser resumidas nas seguintes opiniões:
1_ "O ingresso da Venezuela no Mercosul comprometerá a eficiência e identidade internacional do Mercosul" - Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores
- No fim do mês passado, o presidente do Senado brasileiro, José Sarney (PMDB-AP), recebeu um pedido do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, para vetar o país no bloco argumentando que admitir no Mercosul um presidente cujas ações demonstram uma "escalada autoritária" e que insulta os senadores brasileiros seria abrir um grave precedente.
2_ "As preocupações com aspectos internos da Venezuela só podem ser atendidas dentro do Mercosul. Fora disso não podemos fazer nada." - Embaixador do Brasil em Caracas;
- "Estamos discutindo a entrada da Venezuela, e não a do presidente Chávez" - Pesquisadora Maria Regina (não sei de onde é essa figura).
Eu, particularmente, confio mais na primeira visão. Entendo quem diz que o que está em discussão é a adesão de um país, e não de seu mandatário, que o Chávez é passageiro, etc. Mas como confiar nisso se o presidente venezuelano fez de tudo para aprovar uma mudança constitucional permitindo com que seja eleito quantas vezes quiser e com grandes chances de isso realmente acontecer? Não há democracia que sobreviva a isso. Suas atitudes e declarações tem grandes chances de minar ainda mais um bloco cuja vida já vem sendo difícil com apenas os 4 sócios fundadores. Imaginem o Mercosul negociando um acordo de livre comércio com a União Européia e o presidente venezuelano falando o que não deve, ouvindo "por que no te callas" do Rei da Espanha.
A Venezuela, como país e fonte de consideráveis reservas de petróleo, de fato interessam ao bloco. Todavia, o risco hoje com Chávez no poder é muito maior. O bloco perderia em credibilidade. O argumento de que o presidente é passageiro poderia colar se ele pegasse suas trouxas e saísse de cena ao final do seu mandato. Mas com a eleição "vitalícia", vai ficar difícil. Que os venezuelanos façam parte do bloco quando tiverem uma liderança pragmática e que não queira se perpetuar no poder.
Por isso, digo: veta, Senado!
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